Jardim das Amoras

Conto “O Pequeno Pastorzinho”

(história de origem italiana)

Era uma vez um menino pastor que possuía uma única ovelha.

E como ela era branca como a neve, chamava-se Lana Blanca.

Todos os dias, o pastor ia com Lana Blanca a um pasto onde se podiam encontrar ervas suculentas e aromáticas.

Para ser capaz de ouvi-la a distância, no seu pescoço pendurou um sino de ouro.

Um dia, eles foram para o pasto quando o sol já tinha nascido, e como nesta época fazia calor, ambos estavam com sede. Eles ouviram, vindo do bosque vizinho, um leve sussurro. Seria água? Quando eles se aproximaram, viram uma nascente de água jorrando da rocha. O pastor se abaixou, pegou a água clara com ambas as mãos, e bebeu, bebeu à vontade.

Então a ovelha bebeu a água que corria sobre as pedras no córrego.

O pastor de repente se sentiu tão cansado que não queria continuar sem antes descansar. Ele tirou o boné e também a mochila, Deitou-se ali por perto, e dormiu.

Lana Blanca, porém, correu ao longo do córrego, longe, cada vez mais longe… Quando o menino acordou, olhou em volta e começou a gritar, chamando sua ovelha: “Lana Blanca, Lana Blanca”, mas nada aconteceu.

Então ele partiu para procurar Lana Blanca.

Procurou durante todo o dia até a noite. Um pouco antes do pôr do sol, foi que o pastor se sentou em uma pedra e começou a chorar.

Enquanto ele estava chorando, de repente, ele ouviu o maravilhoso canto de um pássaro cantando sua canção da noite, parecia querer consolar o seu choro. Assim que o pássaro ficou em silêncio, o pastor disse:

“Ah, meu passarinho, eu procuro por Lana Blanca, a minha ovelha.”

O pássaro assentiu e apontou o bico em direção ao bosque. Certamente, ele queria dizer: “Ela esteve lá!” E então ele voou para longe.

O menino levantou-se e começou a caminhar a passos largos através do bosque, no musgo macio e na pedra.  De repente, ele ouviu algo, um barulho num arbusto.

Seria uma raposa? Ou até mesmo um lobo? Mas não, era um pequeno esquilo que estava à procura de uma avelã para o jantar.

“Boa noite, querido esquilo! Você viu Lana Blanca, a minha ovelha?” O esquilo balançou a cabeça e disse:

“Não, eu não sei nada da sua ovelha, mas eu levarei você até a lebre.  Ela tem pernas longas e pode ir longe”.

Juntos, eles foram a procura do animal.

Encontraram a lebre, que já ia dormir, num bom abrigo nos ramos de um arbusto. O esquilo voltou para o bosque para procurar avelãs.

O pastor cumprimentou a lebre:

“Querida lebre, você sabe onde está Lana Blanca minha ovelhinha?” A lebre também não sabia.  No entanto, disse:

“Eu vou acompanhá-lo até a coruja que tem olhos grandes e vê de noite.  Talvez ela possa ajudar”.

Eles foram para o bosque.  “Esta é a coruja”, disse a lebre.  A coruja estava no cimo de uma árvore alta com seus grandes olhos e olhou para o menino pastor lá embaixo.  A lebre retornou ao seu esconderijo.

O pastor tomou coragem e gritou:

“Boa noite, coruja.  Você viu Lana Blanca, a minha ovelha?”

“Não”, disse a coruja. “Eu não sei onde está a sua ovelha, mas aí entre as raízes no tronco da árvore mora um anão.  Talvez ele possa ajudá-lo.”

O pastor se aproximou e tentou abrir a porta entre as raízes, bateu e gritou:

“Anão, anãozinho, está me ouvindo? Vem abrir a porta!”

A porta se abriu e apareceu um homenzinho com uma longa barba.  Ele estava segurando uma pequena lanterna, e disse:

“Eu não sei onde está a sua ovelha, mas eu quero acompanhá-lo e ajudá-lo levando luz.”

Caminharam, caminharam e chegaram a um buraco profundo. Eles pararam e ouviram um tilintar.  Talvez fosse o sino de oura da Lana Blanca?!

“Beeeh, beeeh, …” fez a ovelha. “Din, din, din, …” fazia o sino.

O anão do bosque iluminou com sua lanterna: Lana Blanca tinha caído no fundo do buraco e não conseguia sair.

“Espere, eu vou buscar você!”, disse o pastor, e desceu para dentro do buraco.

“Beeeh, beeeh, …” fez a ovelha. “Din, din, din, …” fazia o sino.  Que alegria quando o menino pastor alcançou Lana Blanca!  Ele pegou-a e segurou-a firme em seus braços e escalou para fora do buraco.  Ela estava tremendo toda.

O anão do bosque acompanhou-os com sua lanterna, andou na frente deles, iluminando o caminho, e finalmente chegaram a sua casa segura e aconchegante.

O menino pastor agradeceu muito o anão pela ajuda, e o anão com sua lanterninha voltou para sua casa entre as raízes, no bosque.

Ufa! Ainda bem que a Lana Blanca tinha no seu pescoço um sininho que tocava “Din, din, din, din, din, din.”