Existe na infância a fase da mordida. Todas as crianças entre um e três anos passam por ela. Umas mordem mais, outras mordem menos. Vários motivos levam a criança a morder.
Dentre eles:
- Dentes que estão por sair. A gengiva coça, fica inchada e dolorida e uma das saídas que a criança encontra é morder para aliviar a dor.
- Pais que carinhosamente mordem seus filhos. As crianças ainda não sabem frear a intensidade da mordida e mordem por imitação.
- A criança usa a mordida para expressar seus sentimentos de ciúme por alguém ou por algo.
- A criança que ainda não consegue falar e pedir o que deseja acaba mordendo para conseguir o que quer.
O que fazer:
- Orientar os avós e familiares, babás e demais pessoas que ficam com a criança para que não a mordam carinhosamente, pois esta irá imitá-los.
- Dar coisas duras para elas comerem a fim de ajudar a romper a gengiva para que o dente nasça.
- Tentar separar as crianças nessa idade com cercas nas salas ou colocá-las em cercados grandes promovendo espaço entre elas, pois elas ainda não se controlam sozinhas.
- Chamar sua atenção para o ocorrido, educando-a que essa atitude não é adequada, que dói. Mas não esperar que ela não torne a fazê-lo pois nessa idade as crianças ainda não desenvolveram o ‘freio inibitório’ para reprimir o impulso da mordida. Isso depende de amadurecimento neurológico.
Segundo o livro “Compreendendo seu filho de 2 anos” da clínica Tavistock de Londres, editora Imago: “Esse amor excitado, apaixonado, pelos pais está às vezes bem perto da agressão. A excitação de abraçar pode facilmente transformar-se em dentadas e golpes no progenitor”.
Segundo o livro: “Sementes do Amor”, da Maria Tereza Maldonado, editora Planeta do Brasil Ltda: “Morder, chutar e bater, são expressões normais da agressividade da criancinha, o que não significa que devam ser toleradas. São oportunidades para construir maneiras aceitáveis de expressar a raiva e também de desenvolver a assertividade. Quando surgem os dentes, dar ao bebê algo firme para morder e aliviar o incômodo ajuda muito. No entanto, quando morde alguém, é preciso dizer com firmeza: ‘Morder, não; isso machuca!’ Quando a criança está enraivecida a ponto de agredir descontroladamente, sem atender ao comando de parar, precisa ser segurada de modo firme e gentil para interromper a agressão”.
Por Pilar Tetilla Manzano Borba. Graduada em Terapia Ocupacional – Faculdade de Medicina da USP. Especializada em Tratamento Neuroevolutivo – Conceito Bobath. Formada em Pedagogia Waldorf. Pós-graduada em Antroposofia na Saúde pela UNISO.